- Antonio Moura Santos
FC Porto-Arouca, 3-0 (crónica)
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De início a fim. Quem queria um FC
Porto autoritário teve no jogo com o Arouca a resposta da equipa de Nuno
Espírito Santo. Entrou bem, dominou de fio a pavio e ganhou. Faltou apenas uma
coisa para ser perfeito: dar, mais cedo, expressão no marcador ao domínio
apresentado em campo. O 3-0, justo, deveria ter chegado bem mais cedo.
De facto, o Arouca provou ser um rival
pouco mais do que organizado a defender para um grupo que está a crescer e tem
qualidade para espantar fantasmas recentes e atirar para o lixo profetas da
desgraça. O FC Porto não está moribundo. Não é, claro, a equipa dominadora de
outros anos. Nem tem soluções para almejar ser. É, acima de tudo, um projeto.
Com todas as suas qualidades e limitações.
Esta noite, frente ao Arouca, mostrou
o suficiente para um Bom mais. Faltou, como se disse, marcar mais vezes. Teve
oportunidades para isso.
Aliás, logo aos dez minutos já tinha
duas para amostra. E nem é preciso boa vontade para as considerar: foram,
ambas, flagrantes. A primeira esbarrou no poste, após lance de génio de Jesus
Corona, a única novidade no onze, rendendo Otávio que, afinal, não recuperou a
tempo. A segunda foi negada por Bracali, quando Oliver ficou na sua frente.
Depois da tremedeira inicial em
Brugges, o FC Porto dava a resposta certa no Dragão. Boa entrada. Faltava o
golo. Nuno haveria de desesperar mais um par de lances antes de sorrir
finalmente.
Foi quase em cima do intervalo que
André Silva coroou, finalmente, o melhor futebol portista. Numa parceria com
Diogo Jota, autor da assistência, cada vez mais afinada. Um filme que iria
repetir-se no segundo tempo. Pegou de estaca a dupla de miúdos na frente.
Agora, é vê-los crescer.
Jota-Silva: take 2
O Arouca trazia ao Dragão, mais do que
qualquer ameaça física, o espectro da temporada passada. A derrocada de José
Peseiro ao leme dos dragões começara na noite em que Walter Gonzalez se
apresentara a Portugal. O autor dos dois golos da época passada foi novamente
titular, mas o Arouca deste ano nada teve a ver com aquele.
O primeiro (único?) lance de algum
perigo, e aqui sim usamos boa vontade na avaliação, aconteceu para lá da hora
de jogo. E terminou num corte de Felipe pela linha de fundo, antecipando-se a
Marlon, que entretanto rendera Zequinha no ataque da equipa de Lito Vidigal.
Foi de menos o Arouca, mas o FC Porto
também não teve o instinto matador que se exigia para, entre outras coisas,
descansar mais cedo. Conseguiu-o, só, perto do minuto 80, quando André Silva
fez o segundo. Lembram-se do tal filme repetido? Pois. Novamente Diogo Jota na
assistência para, agora de cabeça, Silva fazer o sétimo na Liga, igualando
Marega na frente da lista de melhores marcadores.
Até ao final, ainda houve tempo para
Brahimi conseguir o que tanto procurava: o regresso aos golos. E como o procurou
o argelino! Chegou já em cima da hora e fê-lo erguer os braços e respirar
fundo. Tem margem, agora, para tentar reerguer-se no papel do avançado
diabólico que já encantou o universo azul e branco.
Antes disso, a soma: três pontos para
o Dragão confirmados. E justos. Ultrapassagem consumada ao Sporting, liderança
partilhada com o Benfica, até resposta em contrário dos encarnados, já este
domingo, em Belém.
De qualquer forma, não deixa de ser
interessante notar quão curta é a diferença entre o bom arranque dos rivais e o
medíocre início do tal dragão moribundo e sem chama que muitos viam a habitar
na Invicta…