Antonio Moura
Santos - Praiense: é treinado por um
ex-Sporting e só sabe ganhar em 2016/17
from - http://www.maisfutebol.iol.pt/taca-portugal/francisco-agatao/praiense-e-treinado-por-um-ex-sporting-e-so-sabe-ganhar-em-2016-17
O sorteio da Taça de Portugal ditou
que o Praiense, uma das oito equipas do Campeonato de Portugal, se deslocasse
ao Estádio de Alvalade, para um duelo inédito entre leões e açorianos.
Mas afinal quem é esta equipa do
terceiro escalão do futebol português?
Fundado em 1947, o Praiense foi
formado após a extinção dos três clubes existentes em Angra de Heroísmo na
época: Santa Cruz Sport Club, o Futebol Club 11 de Agosto - conhecido como “O
Rasga” - e o União Operária Praiense.
A juventude da zona sentiu a
necessidade de jogar futebol de forma oficial após ficar sem clubes e fundou o
Sport Clube Praiense, mandando vir do continente camisolas vermelhas para
prática do desporto.
Os jovens reuniam-se no chamado «Clube
dos Caixões», estabelecimento de um senhor também motivado com a criação do
clube. Mais tarde surgiram desavenças, o que explica a criação, um pouco mais
tarde, do rival União Desportiva Praiense.
O Sport Clube Praiense ficou conhecido
pelos «vermelhos» por ter ficado com as camisolas iniciais e o adversário como
«os brancos» por ter ficado com camisolas brancas adquiridas posteriormente.
O clube venceria o seu primeiro troféu
oficial na época 1955/56, o Campeonato Distrital de Reservas, e em 1966/67
consegue o primeiro grande marco da sua história ao sagrar-se campeão açoriano
num jogo contra o União Micaelense, vencido por 4-0.
Com os seus altos e baixos prosseguiu
a sua história e já este século conseguiu por duas vezes vencer a 3ª divisão
Nacional, série Açores: em 2007/08 e em 2012/13.
Desde essa última conquista, no ano
anterior à reformulação do plano de competições e ao surgimento do Campeonato
Nacional de Seniores (agora de Portugal), o Praiense mantém-se no terceiro
escalão do futebol português e tem em 2016/17 o objetivo de subir à II Liga.
Nunca participou em competições
profissionais e pode conseguir algo inédito este ano com Francisco Agatão ao
leme.
O antigo adjunto de Carlos Manuel no
Sporting, em 1997/98, está imparável na estreia a liderar a equipa açoriana e
está no primeiro lugar da sua série do Campeonato de Portugal só com vitórias.
Na Taça de Portugal o registo é o mesmo
e nem sequer precisou de prolongamentos para chegar aos 16 avos de final.
Na 1º eliminatória ultrapassou o
Sporting Ideal fora por 0-2, seguiu-se um triunfo sobre o Coimbrões, também
fora, por 2-5 e por fim o Farense em casa por 3-1.
Vive-se um sonho na ilha Terceira,
mais especificamente na Praia da Vitória, e esta vinda a Alvalade é a
continuação do mesmo, analisando pela reação do responsável do clube presente
no sorteio.
Mal Simão Sabrosa retirou a bola que
dizia «Praiense» e a emparelhou com os leões, Luís Leal festejou efusivamente.
No fim analisou assim o jogo que calhou em sorte: «É com enorme humilde e
respeito que vamos jogar com o Sporting. Espero um bom espetáculo e um bom
momento para o Praiense e que o futebol seja uma festa.»
«Um plantel de
ilustres desconhecidos»
Francisco Agatão lidera um plantel de
«ilustres desconhecidos» com apenas dois nomes que podem ter ficado na retina
do leitor há uns anos.
Um deles é Rui Gomes. O médio formado
no Boavista, integrou o plantel dos axadrezados em 2004/05 sem fazer qualquer
jogo, mas em 2013/14 voltou a «casa» e fez 16 jogos pela Pantera, no último ano
em que o clube esteve no CNS. Antes, Rui Gomes tinha pertencido ao plantel do
Arouca, comandado por Vítor Oliveira, que subiu o clube à I Liga em 2012/13.
O outro elemento é Tiago Maia,
guarda-redes formado no FC Porto, que na época 2010/11 foi chamado várias vezes
por André Villas Boas a treinar com a equipa principal que ganhou tudo nessa
temporada. Esta época ainda não soma minutos e vive na sombra do experiente
André Vieira e de Filipe Soares.
Importa destacar a juventude do
plantel de Francisco Agatão que apenas tem três elementos acima dos 30 anos: o
guarda-redes já mencionado, Jimbé, central de 33 anos, e João Peixoto, médio
formado no V. Setúbal de 33 anos.
Ofensivamente esta é uma equipa forte,
dizem os números, com 26 golos marcados em nove jogos e nove sofridos.
Filipe Andrade e Vasco Goulart, ambos
de 23 anos, são os máximos goleadores com cinco golos cada, sendo o primeiro
extremo e o segundo ponta de lança.
Todos procuram «um lugar ao sol» e uma
oportunidade como profissionais de futebol. Alvalade poderá ser um importante
passo para se mostrarem e darem continuidade ao trabalho feito até à data.
Falta um mês para o desafio, que
ficará na história no clube e... dos leões.
Sem comentários:
Enviar um comentário